top of page

Rigor financeiro no futebol brasileiro: como clubes devem se preparar para as novas exigências da CBF

  • cantoeidelveinadvo
  • há 2 dias
  • 2 min de leitura

O futebol brasileiro viverá, nos próximos anos, uma transformação estrutural. Com a implementação definitiva do Sistema de Fair Play Financeiro da CBF, válida a partir da temporada 2026, clubes serão exigidos a demonstrar transparência, sustentabilidade econômica e responsabilidade na gestão de seus recursos — um movimento alinhado às melhores práticas internacionais.


O novo modelo, fiscalizado pela Agência Nacional de Regulação e Sustentabilidade do Futebol (ANRESF), estabelece mecanismos de controle sobre receitas, despesas, endividamento, folha salarial e contratações. Os clubes deverão cumprir requisitos financeiros rígidos, o que coloca a governança no centro das competições esportivas.


O que muda na prática?


  • Limite de gastos com elenco proporcional às receitas, transferências e aportes do clube.


  • Controle e registro obrigatório de contratos, direitos econômicos, direitos de imagem e remunerações no sistema da CBF, sendo pré-condição para publicação no BID..


  • Monitoramento periódico (março, julho e novembro) com envio de declaração de dívidas em atraso.


  • Teto para endividamento de curto prazo, evitando operações que comprometam temporadas futuras. A dívida líquida de curto prazo deve ser igual ou inferior a 45% das receitas relevantes, com implantação gradual até 2030.


  • Aperto nas regras para atrasos salariais, com possibilidade de punição esportiva.


Quais são as principais sanções?


Advertência pública, multa pecuniária, retenção de receitas, transfer ban, dedução de pontos, rebaixamento e, em casos extremos, não concessão ou cassação da licença. Os dirigentes também podem ser responsabilizados individualmente.


Como os clubes devem se preparar?


  • Reestruturar a governança financeira com contabilidade organizada e fluxo de caixa previsível.


  • Revisar contratos de atletas, fornecedores e patrocinadores para adequação aos novos critérios.


  • Planejar orçamento anual realista, evitando projeções superestimadas de receitas.


  • Reduzir passivos de curto prazo, especialmente dívidas trabalhistas e fiscais.


  • Implementar compliance e auditoria interna, garantindo rastreabilidade das informações.


  • Capacitar equipes administrativas para operar os novos sistemas e relatórios exigidos pela CBF.


A temporada de 2026 começa agora nos bastidores, na gestão e na conformidade. Clubes que se anteciparem não apenas evitam riscos, como também ganharão vantagem competitiva em um cenário onde a governança passa a ser parte do desempenho esportivo.


O futebol brasileiro está amadurecendo. E a gestão jurídica tem papel central nessa evolução.


O escritório Canto & Eidelvein Advogados está à disposição para esclarecer dúvidas relacionadas a este artigo e a qualquer assunto relacionado à área.


Diego Eidelvein do Canto

Advogado e sócio do escritório Canto & Eidelvein Advogados, especialista em Direito Desportivo.

 
 
bottom of page